Onde uma redatora chora e a mãe não vê
Meu deus.
Minha profissão vai acabar!
Minha profissão vai acabar?
Espero muito que, ao menos num futuro próximo, não.
Se você, assim como eu, é uma pessoa da redação ou da comunicação, provavelmente teve um leve surtinho nos últimos tempos com o boom do ChatGPT e de outras Inteligências Artificiais. Esse surto rola por acharmos que as IAs conseguem fazer o nosso trabalho – o que, em partes, é verdade mesmo.
Mas calma. Será que precisamos nos assustar tanto assim?
(Escrevendo esse texto para mim mesma)
É um pouco difícil manter uma posição positiva e não alarmista em momentos como esse. Quando sentimos que algum fator pode colocar a nossa profissão em risco, ligamos um estado de alerta – iniciando um processo completo (e complexo) de muita ansiedade.
A grande verdade é que ainda não temos ideia do que é possível fazer com uma Inteligência Artificial. Mesmo com avanços importantes nos últimos anos, essas tecnologias ainda têm muito a evoluir e aprimorar para alcançarem nós, pessoas mortais. Somos seres com habilidades, vivências e contextos totalmente diferentes, construindo todo esse emaranhado complexo de muitas coisas que constroem o significado de “humanidade”. Mas, principalmente, temos um raciocínio lógico que, ao menos em um futuro breve, nenhuma IA terá.
E como eu posso ter certeza disso?
Bom, eu tenho certeza que, caso precisasse unir duas folhas de papel com apenas uma tesoura e um band-aid, conseguiria fazê-lo.
Se a qualidade ficaria satisfatória ou não, é outra questão.
Aí você pensa: “o ChatGPT não seria burro a ponto de não conseguir resolver essa simples questão”. Mas a verdade é que sim, ele seria burro a este ponto! 🙂
Como posso provar isso? Revelando a minha fonte:
Óbvio que, partindo do pressuposto de que inteligência significa armazenar a maior quantidade de informações possíveis, é improvável que qualquer ser humano alcance o mesmo nível de um supercomputador. Ainda assim, se nos serve de consolo, somos mais complexos, inteligentes e capazes de ler as entrelinhas do que um computador quiçá jamais saberá. As IAs ainda possuem lacunas que são muito significativas na sua compreensão do mundo real.
É importante ressaltar que essas tecnologias ainda não estão 100% provadas e comprovadas, o que só virá com o tempo. Isso quer dizer que elas não funcionam? De forma alguma. O que também não quer dizer que elas são perfeitas e livres de qualquer erro – como vimos no print acima e nos acidentes envolvendo os carros bugados do E**n M*sk [vetado por fins jurídicos].
E isso nos leva a outro debate !!
As Inteligências Artificiais deveriam ser regulamentadas.
A gente sabe que as IAs se infiltram nas nossas vivências. Os conteúdos que recebemos no feed das nossas redes sociais são a prova disso. Porém, elas também são uma ameaça à nossa privacidade, ajudam a continuar a perpetuação de preconceitos e ainda representam uma ameaça geopolítica. Inteligências Artificiais podem (e já são) utilizadas para fins militares. Elas controlam drones, fazem reconhecimento por satélites e podem obter vantagem estratégicas importantes. Mais do que tudo, o desenvolvimento dessa tecnologia, segundo especialistas, se tornou uma “corrida armamentista”.
A partir disso, precisamos nos fazer a seguinte pergunta: “Como fazer com que essa tecnologia seja eticamente responsável e transparente com a gente?”
Com certeza a resposta (ética) não está no livre mercado, em governos imperialistas e, muito menos, na mão de grandes empresas.
Regulamentação é a palavra.
(E regulamentar não é censurar, tá?!)
Como o objetivo desse texto não é ser só tristeza, é possível encontrarmos benefícios dentro desse emaranhado complexo de tecnologias, sentimentos e aflições. Sabe aquela tarefinha chata que você odeia fazer? Talvez agora consigamos realizar ela de forma mais rápida, fácil e sem ansiedade. E, pra saciar as nossas dúvidas, perguntei pro próprio ChatGPT o que ele acha sobre o tema:
Podemos enxergar as Inteligências Artificiais como uma ferramenta.
Se realmente precisamos dessa ferramenta ou não, cada pessoa terá uma resposta.
>>Eu<< acredito que não precisamos.
E, como com qualquer assunto complexo, minha opinião pode ser diferente a cada dia. Hoje, essa é a minha. Amanhã? Ninguém sabe (nem mesmo eu).
Não diria que o texto que acabei de escrever é otimista e esperançoso demais. Ao mesmo tempo, não sei dizer se tudo isso foi um pensamento racional ou apenas o meu subconsciente me impedindo de pensar sobre a possibilidade de procurar outra profissão. No momento, sigo positivamente negando essa possibilidade. E espero que você siga comigo nessa.
Com amor (e muito ódio),
Fernanda.
Grande parte do que escrevi aqui, tirei desse artigo aqui (que tá em inglês).